Sunday, May 10, 2009

CENTRO CULTURAL INTERNACIONAL OSCAR NIEMEYER - AVILÊS (ESPANHA)

O Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer será inaugurado na cidade espanhola de Avilês no segundo semestre de 2010. O projeto será a primeira obra do arquiteto Oscar Niemeyer na Espanha e foi aprovado pelo governo do principado de Antúrias em 2007, quando o convite por representantes do Principado das Astúrias, no norte da Espanha, que estiveram no escritório de Niemeyer com a proposta tentadora de construir a primeira obra dele no país. O arquiteto aceitou de pronto e rapidamente riscou o projeto. O complexo ocupará a área de uma antiga siderúrgica e reforça o plano de revitalização da região, que sofreu com a intensa industrialização nas últimas décadas.
A neta de Oscar Niemeyer e também arquiteta Ana Elisa, que trabalha no escritório responsável pelo desenvolvimento das criações do mestre, está fazendo os detalhamentos do Centro Cultural Niemeyer Avilés, que tem uma área construída de 14.300 metros quadrados.

Este projeto vai fortalecer a candidatura conjunta das cidades espanholas de Oviedo, Gijón e Avilês para ser a Capital Cultural Europeia em 2016.

O diretor do instituto Príncipe de Ásturias pretende adaptar um plano de mecenato para fornecer ao complexo recursos económicos a médio prazo, para que o custo da programação não recaia unicamente nos cofres públicos. Contará com o apoio do escritor nigeriano Wole Soyinka (Prémio Nobel de Literatura de 1986), vários projetos teatrais, inclusive em co-produção com a companhia Old Vic de Londres (dirigida pelo ator Kevin Spacey). A Fundação Niemeyer tem reunião prevista para o segundo semestre deste ano, quando será redigido o regulamento interno do centro e, nele, estarão contempladas as possibilidades de patrocínio e de colaboração das empresas, entidades privadas e instituições.

É o mais famoso arquiteto brasileiro, o carioca Oscar Niemeyer formou-se em 1934. Iniciou a carreira como membro da equipe de Lúcio Costa (Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos e Carlos Leão; consultoria de Le Corbusier), projetou e construiu a sede do Ministério de Educação e Saúde, 1936. 1939, em co-autoria com Lúcio Costa, é responsável pelo projeto Pavilhão do Brasil para exposição em New York. 1940, realiza o conjunto da Pampulha. 1947, Oscar Niemeyer e Le Corbusier tornam-se os principais arquitetos da equipe responsável do projeto sede da Organização das Nações Unidas (ONU), Nova York. Fim da década de 1950, com Lúcio Costa, participa da construção de Brasília projetando os principais edifícios: Palácio da Alvorada, Palácios da Praça dos Três Poderes, Palácio dos Arcos, Teatro Nacional, Catedral de Brasília, Edifício da Universidade de Brasília e outros.

Algumas de suas obras no exterior: Sede da editora Mondadori (Milão, Itália); Centro Cultural de Havre (Havre, França); Universidade de Constantine e Centro Cívico e Administrativo (Argel, Argélia); sede do Partido Comunista Francês (Paris, França) e o conjunto residencial da Exposição Interbau (Berlim, Alemanha).
Alguns dos Prêmios internacionais: Prêmio Lênin da Paz (Rússia, 1963); Prêmio Lorenzo il Magnífico (Itália, 1980); Prêmio Príncipe de Asturias de Las Artes (Espanha, 1989); Prêmio Unesco (França, 2001) e o Prêmio Pritzker (Estados Unidos, 1988).

Trecho de uma das últimas entrevistas de Oscar Niemeyer:
PERGUNTA: Como o senhor avaliaria o desenvolvimento da arquitetura atual, ele estaria na direção correta? O senhor poderia citar algum jovem arquiteto cujo trabalho lhe agrada?

RESPOSTA (ON): "Evito sempre criticar colegas. Existem tendências tão variadas na arquitetura atual que é, a meu ver, problemático fazer um juízo mais crítico a esse respeito. Continuo a defender, com o pensamento voltado para os jovens arquitetos, duas idéias básicas – a de que arquitetura é invenção (e, sob tal aspecto, todo arquiteto moderno deve seguir a sua intuição criadora, em busca da forma diferente), e a noção de que existe um mundo ilimitado de possibilidades a explorar que o concreto armado oferece aos arquitetos. Por que não explorá-las e encontrar outros caminhos para se alcançar o espetáculo arquitetural?".

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